segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Está fora de moda o aconchego?



Dei-me conta que já estava na hora, mais do que nunca, de iniciar o processo de disciplinalização do Bê. Ele já apronta das suas – como todo bom menino saudável. E, inevitavelmente, começaram as “dicas” alheias do que eu deveria fazer com o meu bebê – porque é isso que ele ainda é.  

Como uma curiosa pesquisadora fui em busca de livros, artigos, sites e me deparei com inúmeros métodos de educação infantil, mas fiquei triste com algumas coisas que li por aí – alguns são castradores de afeto, por serem, até mesmo, agressivos com a indisciplina na primeiríssima infância.

Entenda que não sou contra limites, disciplina e rotina, muito pelo contrário, porque eu mesma sou disciplinadíssima e acredito que todo bebê precisa de uma rotina - que lá em casa é seguida religiosamente e a segurança que o Benjamim demonstra ter, acredito eu, tem contribuição deste quesito. E vamos combinar que garoto mal educado, ninguém gosta de ter por perto. 

Porém, se analisarmos o sentido etimológico da palavra disciplina, veremos que é originária do latim e deriva de discipulus. Ou seja, disciplinar é fazer discípulos – que é alguém que está sendo empurrado para um aprendizado. 

Mas, infelizmente, parece estar fora de moda o aconchego e o acalanto. E em alta a dureza e a rigidez. 

O método agora é: abra a porta do quarto, deite o bebê no berço, saia, feche a porta e o deixe rachar de tanto chorar – depois de umas dezenas de minutos ele dormirá. É óbvio que dormirá! Fique chorando por muito tempo e a única coisa que você desejará fazer será dormir.

Não nane o seu bebê! Não o balance! Não o acostume no colo! Ele tem que aprender a dormir sozinho! No quarto dele! No escuro! Ser hiper, mega, master independente!  Jamais, nunca, em hipótese alguma, deite-o na sua cama. E tantos outros – pra mim – blá, blá, blás. 

Dias desses fui na aula do Grupo de Puericultura que participo e o tema era a fala na primeira infância e depois de muita conversa sobre o estímulo da fala, entramos no dilema da chupeta. A profissional perguntou quais das mães tinham filhos que a usavam e eu disse que sim – o Bê usa chupeta. Então, fui bombardeada com acusação de que eu precisava tirá-la imediatamente. Mas por que tirar agora, se ele gosta tanto? Se o acalma? Se ainda é importante para ele? O mais “reconfortante” foi o método sobre a troca – dê a ele um presente e diga que substituirá a chupeta. É óbvio que ele não entenderia essa troca neste momento – tem apenas 1 ano e o brinquedo mais interessante do mundo escolhido para esses dias é uma colher para ficar batucando na minha máquina de lavar roupas. Nada substituiria a sua chupeta e seria grosseira e agressiva esta ruptura agora.

Ele usa uma fraldinha para dormir e quando está aborrecido gosta de ficar com ela também. Se a coloco no cesto de roupas sujas, ele a busca e é sempre um dilema quando tenho que lavá-la, mas me disseram que devo tirá-la dele também, porque ele já é “grande”, não precisa mais disso, sendo que, vários estudos apontam que esses objetos de transição são importantes para os bebês e contribuem para sua segurança e auto-estima. 

Agora eu decidi, selecionei do meu convívio duas jovens mães que tem famílias estruturadas e filhos emocionalmente saudáveis para tomar conselhos sobre a educação dele. Porque antecipar as perdas, a dureza e rigidez da vida, a rotina de obrigações do mundo adulto, eu não irei.

Prefiro seguir meu coração de mãe amorosa e ser OUT nesta nova tendência. 

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Benjamim


Hoje me peguei chorando. Não pude me conter ao vê-lo com 11 meses andando em direção a TV quando ouviu a música de abertura do desenho Peixonauta – um dos seus preferidos.

O papai assustou e veio perguntar o que estava acontecendo e eu o abracei choramingando porque você estava crescendo, porque não mamava mais em mim, porque não dormia mais deitado no meu peito, porque não cabia mais no bebê conforto.

Vê-lo em pé com seus 77 centímetros, vestindo seu pijama de astronauta e rebolando com as músicas dos desenhos, foi forte.

Hoje, você escolhe seus brinquedos, cospe a comida quando não está afim, balança a cabeça negativamente quando lhe mostro uma banana e sorri quando enxerga a mamadeira cheia de suco. Meu Deus! Você já tem suas preferências!

Quando estou na cozinha, você fica em pé nas minhas pernas e chama a minha atenção – é a hora da bolacha. E com os brinquedos na sala, assistindo a Galinha Pintadinha, você me busca onde estou porque é muito mais legal brincar com a mamãe – porque eu me igualo a você, brinco, canto e danço como você. Ficamos no mesmo nível. E, meu filho, ao auge dos meus quase 30 anos, às vésperas de me tornar uma balzaquiana – eu amo brincar com você. 

E me derreto quando você me conta alguma historinha na língua dos bebês. Promete que vai continuar sempre conversando comigo, sobre tudo – sobre nada?

Sua risada é a mais gostosa. Seu olharzinho sapeca é o mais brilhante. Amo te ver “descobrindo”. Adoro te encher de beijinhos e fazer muitas coceguinhas em você. Por sua causa, eu sou melhor. Sou mais feliz. Mais intensa. Mais resolvida. Você me aperfeiçoou. 

Obrigada por existir! Obrigada por ter vindo até mim! Obrigada por ser exatamente assim! 

Feliz Aniversário meu amor!







sexta-feira, 22 de junho de 2012

Instagram

Entrei e saí de todas as redes sociais que estão em vogue por aí - vi e li muita besteira, então preferi me recolher... Mas agora descobri o Instagram e como gosto muito de fotografia, tenho me aventurado com minha família - maridão e filhote e gastamos muito tempo como "modelos" uns dos outros. E aí estão algumas imagens do nosso dia-a-dia através de um dos nossos passatempos preferidos - fotografar e fazer infinitos vídeos registrando o desenvolvimento do Benjamim.















sexta-feira, 11 de maio de 2012

É a melhor parte de mim!


Ser mãe é a melhor parte de mim. É a "função" que me faz mais feliz e que me deixa com o riso frouxo. As gargalhadas e brincadeiras estão na pauta da minha rotina materna, e eu não as procrastino de maneira alguma, as cumpro direitinho, diariamente.

E ser mãe NÃO me faz viver em culpa, como dizem por aí, pelo contrário, voltei a trabalhar quando o Benjamim tinha 4 meses e foi a decisão mais acertada que tomei - me fez bem! Produzo profissionalmente,  e quando estou com ele - estou com ele, sou dele, vivo para ele, namoro ele e quando chega a hora de fazê-lo dormir, ele está tão exausto que vai fechando seus olhinhos e me olhando, parece que dizendo: obrigado mamãe, hoje foi muito divertido. Vou dormir cansado e satisfeito! Vocë é 10!

Ser mãe é uma promoção, uma elevação - me fez aceitar meus limites e entender que não conseguirei viver em equilíbrio pleno com todas as minhas funções - e quer saber: não me importo mais se a louça da janta ficou suja, se me demorei no banho enquanto o marido está descabelado cuidando do pequeninho, se me deu vontade de dar um rolêzinho sozinha, ou, se deixei meu bebê na vovó para sair namorar. Eu posso, agora sou mãe! E a cada dia minhas prioridades são reorganizadas.

Mais o mais bacana foi que a maternidade me fez entender a dimensão da palavra compreensão e hoje eu, simplesmente, compreendo. Na hora, me indigno, me revolto e argumento, mas depois, compreendo porque cada um, cada situação, tem seu lado da versão, suas justificativas e motivações e a mim, cabe apenas compreender, o que não me obriga a aceitar, mas, simplesmente, compreendo. Porque ser mãe me fez muito mais, muito mais, compreensiva e tolerante.

E posso compreender as mulheres que não querem ter filhos, as que ainda não se decidiram, as que sofrem pela esterelidade, as que sofreram aborto espontâneo, as que decidiram por um único filho, as mães de muitos filhos, compreendo as mães que deixaram a vida profissional para dedicar-se integralmente aos filhos, compreendo as que precisam deixá-los o dia todo na creche, compreendo as mães solteira, as que precisam desesperadamente das avós, as que tiveram depressão pós-parto. Compreendo...

Porque ser mãe, continua sendo, a melhor parte de mim!

quarta-feira, 14 de março de 2012

Bem-vinda à vida adulta!

Pertenço a esse clã agora! Sou esposa, mãe, dona-de-casa, profissional, freelancer... e ainda me divirto!

A vida da “mulher adulta” apresentou-se a mim. Eu a abracei sorrindo e nos tornamos amigas – confesso que estamos nos dando bem!

Meu Benjamim, além de viver na minha “tetuxa”, já come muitas papinhas e as faço enquanto dou um colinho para ele, resolvo pelo telefone com meus clientes trabalhos de revisão ortográfica, escolho o papel de parede que quero para a sala, mostro para o marido onde ficaria melhor a rede na sacada e dou uma espiadinha no facebook. Além de arrumar um tempinho para sorrir sozinha em frente do espelho ao perceber que estou mais magra do que quando engravidei.

Na noite anterior, acordei 7 vezes porque ele está gripadinho e resmunga querendo a mamãe, mas no dia seguinte, cedinho, estou disposta a recomeçar toda rotina, além de deixá-lo na minha sogra à tarde, para que eu possa ir trabalhar - o que sempre parte meu coração!

Não é fácil! Às vezes, vou na minha mãe e peço para ela fazer algo que eu gosto muito para comer – quero ser mimada. Deito no peito do marido e peço um cafuné, peço se ele ainda me ama, apesar da correria e da explosão de nitroglicerina que nossa vida levou – preciso me sentir amada – muito mais agora.

Mas depois, sacudo a poeira e me conforto em pensar, como nós, mulheres temos a capacidade infinita de administrarmos muito bem uma vida tão cheia de exigências, porque somos exigidas o tempo todo – e sempre ao máximo.

Mas a vida adulta faz com que me sinta poderosa! Tenho consciência que algumas coisas precisam de MIM para que funcionem e aconteçam, sei que pessoas esperam que eu as ajude e resolva suas necessidades – nem que seja alimentar, no caso do Benjamim.

E eu continuo... às vezes chorando, às vezes, sorrindo, raramente brigando, mas sempre servindo... e como é bom servir para alguma coisa!

Bom mesmo é estar aqui de novo!