Dei-me conta que já estava na hora, mais do que nunca, de iniciar o processo de disciplinalização do Bê. Ele já apronta das suas – como todo bom menino saudável. E, inevitavelmente, começaram as “dicas” alheias do que eu deveria fazer com o meu bebê – porque é isso que ele ainda é.
Como uma curiosa pesquisadora fui em busca de livros, artigos, sites e me deparei com inúmeros métodos de educação infantil, mas fiquei triste com algumas coisas que li por aí – alguns são castradores de afeto, por serem, até mesmo, agressivos com a indisciplina na primeiríssima infância.
Entenda que não sou contra limites, disciplina e rotina, muito pelo contrário, porque eu mesma sou disciplinadíssima e acredito que todo bebê precisa de uma rotina - que lá em casa é seguida religiosamente e a segurança que o Benjamim demonstra ter, acredito eu, tem contribuição deste quesito. E vamos combinar que garoto mal educado, ninguém gosta de ter por perto.
Porém, se analisarmos o sentido etimológico da palavra disciplina, veremos que é originária do latim e deriva de discipulus. Ou seja, disciplinar é fazer discípulos – que é alguém que está sendo empurrado para um aprendizado.
Mas, infelizmente, parece estar fora de moda o aconchego e o acalanto. E em alta a dureza e a rigidez.
O método agora é: abra a porta do quarto, deite o bebê no berço, saia, feche a porta e o deixe rachar de tanto chorar – depois de umas dezenas de minutos ele dormirá. É óbvio que dormirá! Fique chorando por muito tempo e a única coisa que você desejará fazer será dormir.
Não nane o seu bebê! Não o balance! Não o acostume no colo! Ele tem que aprender a dormir sozinho! No quarto dele! No escuro! Ser hiper, mega, master independente! Jamais, nunca, em hipótese alguma, deite-o na sua cama. E tantos outros – pra mim – blá, blá, blás.
Dias desses fui na aula do Grupo de Puericultura que participo e o tema era a fala na primeira infância e depois de muita conversa sobre o estímulo da fala, entramos no dilema da chupeta. A profissional perguntou quais das mães tinham filhos que a usavam e eu disse que sim – o Bê usa chupeta. Então, fui bombardeada com acusação de que eu precisava tirá-la imediatamente. Mas por que tirar agora, se ele gosta tanto? Se o acalma? Se ainda é importante para ele? O mais “reconfortante” foi o método sobre a troca – dê a ele um presente e diga que substituirá a chupeta. É óbvio que ele não entenderia essa troca neste momento – tem apenas 1 ano e o brinquedo mais interessante do mundo escolhido para esses dias é uma colher para ficar batucando na minha máquina de lavar roupas. Nada substituiria a sua chupeta e seria grosseira e agressiva esta ruptura agora.
Ele usa uma fraldinha para dormir e quando está aborrecido gosta de ficar com ela também. Se a coloco no cesto de roupas sujas, ele a busca e é sempre um dilema quando tenho que lavá-la, mas me disseram que devo tirá-la dele também, porque ele já é “grande”, não precisa mais disso, sendo que, vários estudos apontam que esses objetos de transição são importantes para os bebês e contribuem para sua segurança e auto-estima.
Agora eu decidi, selecionei do meu convívio duas jovens mães que tem famílias estruturadas e filhos emocionalmente saudáveis para tomar conselhos sobre a educação dele. Porque antecipar as perdas, a dureza e rigidez da vida, a rotina de obrigações do mundo adulto, eu não irei.
Prefiro seguir meu coração de mãe amorosa e ser OUT nesta nova tendência.