quarta-feira, 28 de julho de 2010

Agora eu sei o por quê...

Nas minhas férias, sim – aquelas de 5 dias em que fui para o velho oeste (segundo uma amiga engraçadinha), num lugar que não existe Nextel – Nextel? Mas Nextel? Mas que trem é esse? Não, nunca ouvi falar! E que me fez, desesperada, procurar um sinal telefônico, mas sem sucesso.

Nas mesmas férias que o marido teve um colapso friolento, um choque térmico que o fez suspirar pelo sertão.

Nas mesmas férias que eu incrivelmente adquiri uma dor de ouvido, que considerava ser doença – ou de velho, ou de criança – não de menina loba (ui) e que, inacreditavelmente, foi diagnosticada como dor de dente. Sim, minha dor de ouvido era originária do siso, que resolveu dar as caras aos 27 anos, e sem ser convidado.

Nestas mesmas férias que meu tio – com deficiência auditiva, de 65 anos, que mora com minha avó de 87 e que bebe (muito) um pouquinho, chorava desesperado porque queria voltar comigo e morar na praia. O dó!

- Mãe, posso levar comigo o tio Góis?
- Tá doida menina!
- Tá, entendi. Vou dizer pra ele (em linguagem de sinais – */&6#1”==++) que mais pra frente ele vai, mais pra frente, beeeem mais pra frente.

Nestas mesmas férias eu fui na escola onde fui alfabetizada, aquela mesma do acontecido em que me expus aqui e contei do meu chinelo rasgado, com o qual milhares de fotos foram tiradas para registrar o castigo dado por minha santa mãe.

Bom, minha irmã (fofíssima, que me enche de presente. Amo) é professora (o dó) neste mesmo colégio e me convidou para junto dela, ir celebrar a entrada das férias e também o aniversário coletivo de algumas profes.

Lá encontrei minha professora do prezinho, tia Vera.

- Menina, como você cresceu! Era uma tampinha. Lembra do dia em que caiu da escada e quase se matou?
- Não!
- Foi sim, um acidente feio, feio.

E eu torcendo pra ela me contar das minhas peripécias intelectuais. Coisas do tipo que nem precisou me ensinar muito, que eu já nasci sabendo tudo e era fera da cartilha do IVO VIU A UVA. A mais gênio da sala... Mas que nada...

E muitas profes vieram me abraçar. Dizer que lembravam de mim (por que será?). Mas também veio uma bastante jovenzinha, que eu não reconheci.

- Oi, eu sou fulana de tal. Lembra de mim?
- Humm, (fazendo um baita esforço). Não!
- A gente estudou junto, na primeira séria.
- A é? Dá aqui um abraço!
- A gente brigou!
- Sério? Que bobagem!
- Eu te bati.
- (respirei fundo e algo começou a suscitar na minha memória) Humm...
- Lá nas pedrinhas do parquinho. (Cadê a inspetora dos alunos neste momento? Cadê?) Te bati feio. Você não lembra?
- Não! Deve ter sido tão forte que aconteceu alguma fratura na minha cabeça que acabou deletando da minha memória.
- Ai que bom! Então, sem remorsos.
- Sem remorsos. Jesus te abençoe viu, amiga!

Férias - momento bom para cavocar o passado?

3 comentários:

  1. HAHAUAUHUHAUAUHUHAUAHUHAUHAUHAUAHAUA... Tive que rir dessa história da menina que te bateu...
    Muuuuuuuito bom o post!

    beeijos

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  2. Pois é, Gabi... reencontros, recordações, revelações... Onde vc ia conseguir uma viagem de férias tão ricamente informativa???
    Quando quiser fazemos um segundo tempo...
    Beeijos, amo vc.
    Claudiane.

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  3. Ehh , a prof. Vera me dava aula na segunda sériee!

    Essa prof. jovem que te bateu é a Samara? Minha prof. ano passado!

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Humm? Pois não é?