segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Com que roupa?

Fui visitar minha mãe e tive a infelicidade de encontrá-la arrumando seu guarda-roupa – Me dá uma mãozinha?

Depois de tirarmos tudinho de dentro e o mofo acertar em cheio minha rinite – eu mesma comecei a selecionar as roupas dela.

- Isso joga! Isso é feio! Isso não dá mais!
- Não! (agarrada nas roupas e preste a sair correndo) Não vou me desfazer!
- Mas mãe! Isso é de 1815 – do tempo do êpa!
- Mas vai voltar na moda, sempre volta!
- Não vai não! Esse vestido em formato de bolha do casamento da Toco (tipo – anos luz) não vai voltar, não pode voltar!

Abro um parênteses ( ) tenho compulsão por jogar, me desfazer das coisas que acho que não serve, que não vou mais usar – não guardo absolutamente nada – saiu distribuindo, sem culpa nenhuma. Em resumo – você nunca vai encontrar na minha casa nenhum potinho de margarina ou vidro de pepino porque, um dia, quem sabe, vou precisar guardar uma tranqueirinha dentro.

Depois de tentar persuadi-la com minha teoria: Dê e compre mais! Ela lamentou:

- Na realidade, quase não tenho roupa!

Congela a cela: ela tentando – fazendo muito força para conseguir fechar a porta do guarda-roupa que estava socadérrimo e já nem fecha mais. Descongela.

O que acontece é que esta frase “não tenho roupa” povoa a vida de toda mulher. Eu mesma a super utilizo:

Cena 1:
Vou para o quarto, abro todas as portas do guarda-roupa, sento na cama e fico olhando... Nada! Absolutamente nada parece prestar.

Cena 2:
Pego qualquer coisa – calça preta, blusão largo, jaqueta jeans. Vou à sala mostrar para o marido.
- Tá bom - diz ele.

Cena 3:
Volto pro quarto. Tiro tudo e recomeço: calça jeans, blusa de lã gola alta e bota.
Retorno pra sala.
- Também tá bom – diz ele.

Cena 4:
Continuo inquieta. Tiro tudo e coloco um agasalho de moletom.
Volto pra sala.
Tá passando o pica pau e ele nem me percebeu.

Cena 5:
Me jogo na cama e começo a choramingar.
Volto pra sala.
Ele continua gargalhando com o pica pau.

Cena 6:
Volto pro quarto. Começo a pensar no sapato que eu gostaria de usar. Começo a produção por ele – que tem que fechar com a calça e combinar com a blusa.
Decido que preciso tentar vestir uma antiguinha calça jeans - começo a andar pelo quarto como uma largatixa tentando fechar o zíper - frustração.
- Amorrrrr, tô sem roupa!

Cena 7:
Volto pra sala vestida com qualquer coisa, desligo a tv e resmungo:
- Quanto tempo ainda vou ter que te esperar?
- Pode ser até acabar o pica pau?

Ou seja – acabei de passar por uma super crise existencial ABSOLUTAMENTE SOZINHA!
É triste!

3 comentários:

  1. Ufa, como é bom saber que não sou a única no planeta que passo por isso! Meu dia foi salvo...

    ResponderExcluir
  2. Credo Gabi... vc já foi bem mais madura (kkkk) e sabe muito bem como acabar com essas crisezinhas que apavoram o nossso viver... Pega o " CARRRRRTÃÃÃÃO do MARRRRCIÃÃÃÃÃÃOOOOO, vai pruma LIQUIDAÇÃÃÃÃÃOO encontra uma PROMOÇÃÃÃÃÃÃÃOOOO..." que tudo fica azul. A gente se sente muito mais leve depois de umas comprinhas nos momentos de crisezinhas... Ou, sei lá, compra um baú... com a mãe dava certo e comigo da até hoje.kkkkkkkkkkkkkk (lembra???)

    ResponderExcluir
  3. Uhum eh pois eh! Situações-zinhas que toda mulher se cansa de passar, eu mesmo me identifiquei em cada cena!! KkKkk...

    ResponderExcluir

Humm? Pois não é?