quinta-feira, 29 de abril de 2010

Eita, que era bom!

Passeando pela blogosfera encontrei essa foto que me pareceu muito familiar.

Nossas viagens em família eram muito parecidas. Eu nasci e morei até os 15 no interior do Paraná, lá onde chamamos – a terra dos pés vermelhos, porque a terra é muito escura e vivíamos encardidos.

Nunca pude ter um tênis branco, ô dó!

E nossas férias eram sempre aqui – no litoral de Santa Catarina onde moro hoje, graças a Deus.

A arrumação começava meses antes, organizar as coisas, as malas e não tente me explicar porque, mas minha mãe fazia com que cobríssemos todos os móveis da casa com lençóis, ficava parecendo àquelas casas de filme de terror.

Na noite anterior socávamos o carro com as coisas, meu pai reclamava muito da nossa bagagem, ele tinha um suporte no teto do carro que era enrolado com lonas pretas e também engatava uma carretinha atrás para colocarmos mais e mais coisas.

Minha mãe assava uns frangos.... kkk, tô rindo sozinha, que fiasqueira.

Esse era o cardápio: frango assado, pão, uva (pra que uva, né?) e guaraná antártica. Foi assim por anos.

Parávamos em algum acostamento com sombra e lá almoçávamos.

- Pai, porque não fazemos como uma família normal e almoçamos em um restaurante da estrada.

- Eita menina, é muito dinheiro! Olha o tanto de filha que tem aí no banco de trás.

E a aventura de viajar com quatro meninas juntas era um capítulo a parte.

Socos e pontapés, puxões de cabelo e tudo mais.

Aí minha mãe descobriu uma arma secreta chamada Dramim.

Enfiava dois comprimidos em cada uma e a viagem era um sossego. Todas desmaiadas.

Às vezes, eu me esforçava para acordar:

- Mãe, a Priscila... e puf – tombava de lado novamente.

Chegávamos à casa de praia depois de um dia inteiro de viagem e tínhamos que limpar tudinho porque estava fechada por um ano e as coisas mofavam – mofavam mesmo.

A rinite atacava geral e só começávamos a aproveitar as férias efetivamente uma semana depois.

O melhor da viagem? Era voltar para o Paraná, mostrar nossas marquinhas do sol pra todo mundo e ficar um bom tempo sem ouvir - Ô branquela azeda, gasparzinho, garota palmito...

Ah! Mas era tão bom. Tenho tantas saudades daquele tempo.

Vou programar coisas assim com meus filhos, só não será em um Fiat 147 – em nome de Jesus.

3 comentários:

  1. Nem de BELINA tá?? kkkkkkkk

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  2. Ai Gabi... que engraçado porque era a nossa geração então, meu Deus na minha era igualzinha só não eram 4 meninas e sim eu no meio de 2 guris que quase me matavam... e a viagem claro era regada a bolinhos de almondegas cobertas que minha Mãe não deixava faltar, e os piquiniques pela bera da estrada, farofa a reviria.... e o carro variava entre um 147 ou um fusca branco com paralamas preto.
    UM SUCESSOOOOO.
    Sem contar nos primeiros dias na praia que davam torrões que tinha que dormir no cabide.
    Eita tempo bom! hehe.

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  3. ai gabi nunca viajamos de fiat 147, não que eu me lembre... era de monza, e você esqueceu de mencionar o som que iamos curtindo... as "andorinhas voltaram"aquelas cantadas por nós antes do dramin fazer efeito... mas tenho que concordar com você dá uma saudade daquele tempo... lembra como achavamos o queanto os cômodos e móveis da nossa casa de Cascavel eram grandes quando chegávamos em casa? tudo parecia ter aumentado de tamanho, também depois de passar um mês fora de casa... que saudades.. que tempo bom!!!

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Humm? Pois não é?